Operação que investiga fraudes em contratos da pandemia faz buscas em cidades pernambucanas

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Contratos assinados por prefeituras durante a pandemia de Covid-19 com suspeitas de irregularidades são alvo da Operação Articulata, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (10).

Foto Divulgação/Policia Federal

Segundo a polícia, ao todo, são cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) nas cidades do Recife e de Olinda, Camaragibe, Itapissuma e Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e em Gravatá, no Agreste de Pernambuco.

As buscas desta quinta-feira são feitas em sedes de empresas, endereços residenciais e em um órgão público.

As investigações da Operação Articulata tiveram início a partir da análise de materiais apreendidos na primeira fase da Operação Casa de Papel, deflagrada em junho pela PF, que revelou um possível esquema de participação em um esquema de corrupção de uma pessoa com prerrogativa de foro.

A Casa de Papel investigou ainda organização criminosa, favorecimento em licitações e outros crimes. À época da operação, a PF apurou irregularidades na compra emergencial de materiais médicos para o combate à Covid-19.

Foram constatados indícios de que a empresa contratada pertence a um grupo econômico do setor gráfico, a AJS Comércio e Representação LTDA, estaria sendo beneficiado com contratos públicos milionários há mais de uma década.

Os contratos, feitos com dispensa de licitação, são das prefeituras do Recife e de Olinda, Cabo de Santo Agostinho e Paulista, as três na RMR. Juntos, equivalem a um valor aproximado de R$ 9 milhões.

Na ocasião, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão nessas cidades, tanto nas prefeituras quanto na sede da empresa e nas residências de seus sócios.

“No decorrer da Casa de Papel, existia um dos investigados apontado com possível arrecadador de propinas. Ele tentou sabotar a investigação e apagou os dados de seu celular. Nós conseguimos recuperar boa parte”, detalhou a delegada da Polícia Federal responsável pela operação, Andréa Pinho.

“Identificamos um vínculo estranho entre esse investigado e uma pessoa com prerrogativa de foro. Conversaram diversas vezes na data da deflagração da operação, inclusive às 6h, horário bem inusitado”, acrescentou a delegada.

Por conta dessa suspeita, a operação foi desmembrada e foi verificado que havia vínculos entre fornecedores e essa pessoa com prerrogativa de foro, segundo a PF.

“Esses encontros eram não usuais, aconteciam fora da agenda, não tinham motivo aparente. Diante dessas evidências, representamos pela deflagração desta operação”, concluiu Andréa Pinho.(Fonte: Folha de PE)