Pai de Gil reaparece após 15 anos e diz que deseja abraçá-lo: ‘Dizer que amo muito’

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De longe, ele torce para que Gil chegue até a final e ganhe o prêmio

Pai do Gilberto. Foto: Reprodução/Extra

Há uma semana, quando ainda não sabia que seria Viih Tube a líder da vez e também sua carrasca, Gil do Vigor olhou para as câmeras do “BBB 21” e avisou: “Se eu ganhar a liderança, quero uma foto do meu pai. Não tenho uma foto com ele, mas gostaria de vê-lo”. Como se sabe, o doutorando em Economia não ganhou a prova e, de quebra, está no paredão. O que ele desconhece, porém, é que o pai, também Gilberto, reapareceu e fez contato com a antiga família.

Quis o destino que Gil tivesse o mesmo nome do pai. Acrescido de um ‘Filho’ no fim. Mas ele não teve essa sensação de pertencimento. Aos 4 anos, viu Gilberto, o pai, sair pela porta de casa e nunca mais voltar, após um casamento turbulento com Jacira Santana. Os anos se passaram, e o contato entre os dois foi ficando cada vez menor. Filho caçula, ele foi renegado pelo pai ao nascer, pois ele não o considerava “tão preto” para ser sangue do seu sangue. Gil, o filho, hoje com 29 anos, não encontra o pai , de 61, há 15 anos pelo menos. Desde que o convidou para um concurso de modelos do qual iria participar e ouviu de Gilberto que não iria, pois tinha vergonha do filho.

Gilberto, o pai, no entanto, prefere apagar da memória os momentos difíceis que os dois tiveram. Vestido com a camisa da torcida do brother, ele deixa claro que quer passar uma borracha no passado. “Tenho muito orgulho de quem ele é quando o vejo pela TV. Meu filho está realizando um sonho, é um batalhador mesmo, estudioso, chegou longe onde ninguém podia imaginar”, avalia.

O ex-funcionário de uma fábrica de celulose mora a três horas da casa dos filhos, na periferia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, município de Pernambuco. Casou de novo, teve outro menino, mas está separado novamente. Hoje, Gilberto vive sozinho, numa casa modesta em que paga aluguel. Desempregado desde sua demissão de um prédio no qual foi porteiro por 16 anos, vive do que ele chama de bico. “Estou desempregado faz um tempo, e faço um bico aqui, outro ali porque tenho que pagar o aluguel. Mas hoje moro sozinho. Eu e Deus”, conforma-se.

A solidão passou a falar mais alto ao se dar conta de que não foi presente na vida do filho. Embora diga que o relacionamento com Gil do Vigor “é ótimo”, o próprio brother já contou detalhes na casa de que não é bem assim. “Tivemos nossos problemas, mas a gente se dá bem”, afirma ele, de quem Gil herdou o dom para os números: “Sempre fui bom de matemática, mas não cheguei a concluir os estudos, não deu. Parei no segundo ano de Contabilidade”.

Ao assistir ao filho pela TV de casa, passa pela cabeça de Gilberto uma série de imagens que ele não queria ter vivido, e muitas frases que gostaria de ter falado. Dependente químico, ele garante que largou o crack (”tem um punhado de anos”), mas confessa que da bebida ainda não se livrou: “Não vou mentir. Ainda bebo de vez em quando”.

Ele garante que não perdeu um dia de “BBB 21”. Diz que acha Gil engraçado e surpreso com o homem que não viu crescer. “Eu fiquei surpreso com ele. Mas não tenho preconceito do meu filho ser gay, não. Acho que isso ficou mais na cabeça dele do que na minha”, jura.

De longe, ele torce para que Gil chegue até a final e ganhe o prêmio. Gilberto, o pai, diz que não deseja nada de Gilberto, o filho, que não seja um gesto que deveria ter sido normal entre eles a vida toda. “Só quero poder dar um abraço apertado nele…”, avisa o ex-porteiro, que faz uma pausa antes de confessar: “E dizer que amo muito ele. Nunca disse isso para o meu filho”.

(Fonte: iBahia)